quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Projeto - Patricia Saravy

Passeei pelo urbano e rural. Periferia e Centro. Chego a notícia de uma queda/invasão de um avião bimotor táxi-aéreo, contendo R$ 5,6 milhões na fazenda invadida Nossa Senhora de Candeias, no distrito de São João do Passé, no município de Maracangalha, Bahia, Brasil. Dinheiro espalhado no pasto. Quatro mortos. Gente morrendo e catando, e uma vaca que observa, está presente, em meio a papéis bordados que caíram do céu.

Projeto - Anne Celli

“Hoje deu uma vontade de gritar”.Na escolha de reportagens, o que mais chamou a atenção foi um fato que ocorreu na Caixa Econômica Federal, onde José Alves dos Santos, desempregado, vai até o banco para receber seu seguro desemprego, mas chegando lá descobre que não tem mais direito a dinheiro algum. Na falta de perspectiva de continuar pagando o sonho da casa própria, José resolve assaltar o banco. No bombardeio de informação diária da mídia, ela não nos dá a visão ampla dos fatos, mas espetaculariza o ato que o transforma em bandido. Quem nunca pensou, em um momento de desespero, assaltar um banco? Na cobrança contínua de uma sociedade de consumo, José virou notícia.

Projeto - Greice Barros

Falo de um homem, um pai de família. Aquele que trabalha, assiste tv, cria os filhos, paga as contas e tira férias. Minha vontade de explicitar e discutir as relações familiares hoje, me aproxima deste fato. O que diferencia esse Pai (Carlos Alberto Legal Filho) de todos os outros é uma ação, ou uma não ação. O fato de que ele foi trabalhar e esqueceu seu filho mais novo, dentro do carro. Fechado e debaixo do sol, por aproximadamente 7h. A criança morreu.
Uma fatalidade? Ou conseqüência?

Projeto - Luiz Bertazzo

O projeto fala sobre Andreas, um jovem que encontrou, após ter perdido a memória em uma tentativa de suícido, uma maneira de se comunicar com o mundo, através de um piano. Para mim, no início do projeto, era emergencial falar sobre a poesia de estar só, sem memórias, sem referências. Minha intenção é falar sobre um corpo de passagem, um viajante que vive o presente aliado a sua presença, uma figura capaz de construir e apagar suas memórias, convergindo às noções de duração e instante. Um “Autêntico Homem de Lugar Nenhum” coexistindo comigo, que neste projeto pretendo me encontrar em alguns lugares.